segunda-feira, abril 16, 2007

Simpatia Igual a (des) Respeito?

Diz-se que aquilo que damos, mais cedo ou mais tarde é-nos devolvido a dobrar; não somente por isso, tento ser simpática com todos e em todas as situações. A verdade é que sinto ser cada vez mais demorada a retribuição desta simpatia e já ouvi de algumas pessoas expressões do género: “tens de ser menos simpática senão as pessoas não te respeitam” – pergunto-me: não deveria ser o inverso? Tanto que não deveria que já dei por mim muitas vezes, em diálogo comigo mesma, dizendo: “sorri menos”, “sê menos agradável”, “menos doçura por favor”.
Sempre acreditei que um sorriso me iria abrir portas, me facilitaria caminhos mas cada vez me convenço mais que, depois de entrar pelas portas, as salas se tornam demasiado pequenas e os caminhos não têm saída. Lá diz a sabedoria popular que, se dás um dedo, a seguir pedem-te o braço.
Nestes últimos tempos, tenho-me esforçado por me dar menos, sem ter aquele medo mesquinho de “assim ninguém vai gostar de ti”; e penso, penso muitas vezes se não preferiria ser arrogante e respeitada, em vez daquela tipa simpática de quem se pode abusar.

...

Odeio gritos, em substituição de palavras; odeio que me expliquem coisas que não padecem de explicação; odeio que lancem assuntos para conversas que apenas sirvam para realçar protagonismos e que não levem a lado nenhum.
Odeio faltas de respeito. Odeio que não se saiba ouvir. Odeio que se mande calar alguém nosso semelhante e que ainda por cima se faça sem educação.
Foi a última vez que não consegui dizer isto in loco, por ser demasiado simpática.

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