sexta-feira, abril 20, 2007

Gostos Recentes

Visto que ultimamente parece que só trago desgostos,hoje trago dois gostos e estes são mesmo muito bons.
A verdade é que se continua a fazer muito boa música em Portugal; lá está que depois muito pouca é aproveitada e aí entraríamos em mais uma divagação sobre o estado da música em Portugal e hoje só quero falar de coisas felizes.
Assim deixo-vos com dois doces para o fim de semana...

Etiquetas: ,

Rodrigo Leão - Voltar



Manhã Cinzenta
Faz me chorar
A chuva lembra
O teu olhar
As folhas mortas
Caem no chão
A dor aperta
O coração
Quanto eu não daria
Para poder voltar atrás
Volta pra meu peito
Daqui não saias mais

Perdi me amor
Pra te encontrar
Na solidão
Do teu olhar
No teu olhar
Se perde o meu
Também o mar
Se perde no céu
Quanto eu não daria
Para poder voltar atrás
Volta pro meu peito
Daqui não saias mais

Etiquetas: ,

Filarmónica Gil - Ponto de Rebuçado




Há meia dúzia de coisinhas @@@@Há meia dúzia de coisinhas
Que eu tenho para te dizer @@@@-Que eu tenho para te dizer
Podem ser fantasias minhas @@@-.Não finjas que são coisas minhas
Mas isto anda-me a bater @@@@--Mas andas-me a apetecer

Eu já topei as tuas ancas @@@@--.Se um dia der para baralhar
E a sapiência do teu peito @@@@-.As pernas e os sentimentos
Podem ser só as minhas pancas @ .-Não hesites em me apitar
Mas acabaram dando efeito @@@ -Eu não guardo ressentimentos

@@@@@@@E agora o que é que vais fazer?

@@@@@@@Vou ficar aqui pendurado
@@@@@@@Em ponto de rebuçado?

Etiquetas: ,

segunda-feira, abril 16, 2007

Nacionalismo

Não sei se lhe deva chamar desgosto, mas se há excessos que me enojam, o excesso de nacionalismo para além de me enojar, agonia-me pelo medo que acarreta consigo.
Desde a colocação do dito cartaz que todos vimos ou do qual ouvimos falar que, PNR (Partido Nacional Renovador) e PHS (Portuguese Hammerskins) se tornaram siglas nas quais temos tropeçado constantemente ao abrir os jornais, ou ao ouvir os noticiários. E que felizes estão José Pinto Coelho e Mário Machado, respectivos líderes destas duas massas com a popularidade alcançada! Que bem planeada deve ter sido esta movimentação para pôr fim à emigração, que até rima mas não tem nada de bonito.
Movimentação inteligente, ou esperteza saloia? Imagino o fio condutor deste pensamento: Que mais podemos fazer senão apelar ao sentimento de nação e de patriotismo que é o único a subsistir neste país? E que tal podermos dizer e fazer tudo o que nos apetecer em nome da Nação? Começamos por achincalhar os imigrantes, mostrando a hospitalidade pela qual os portugueses são conhecidos no estrangeiro, e desejamos-lhes boa viagem de regresso ao país deles, onde não têm trabalho, consequentemente não têm dinheiro e onde vêem a família passar fome. Lindo, não é?
E agora pergunto eu: que vamos fazer a seguir em nome da Nação? Sempre podemos criar campos de concentração na OTA para isolar a raça portuguesa! Que se lixem os direitos humanos, se é para bem da Nação! O Hitler que o diga!
Gostava de ter meios para tentar descobrir se algum dos membros do PNR ou do PHS, têm familiares emigrados nalgum país; então se fossem dirigentes ou líderes gritava BINGO; e já agora, se nenhum desses familiares tinha deixado descendência no país de destino, para então sugerir ao senhor José Pinto Coelho que utilizasse com ele a mesma figura de estilo que utilizou numa entrevista, referindo-se à questão da nacionalidade:
“Se um russo nascer cá, não é português. Se um cão nascer numa capoeira não é galinha por causa disso”.*
E agora, com a vossa licença, vou apanhar ar para aliviar as náuseas.

* Semanário Sol, de 14 de Abril de 07

Etiquetas: , ,

E depois do referendo de 11 de Fevereiro...

Cavaco Silva promulgou na passada terça-feira a lei que despenaliza o aborto até às 10 semanas. Contudo, e depois de fazer a vontade à Assembleia, foi impedido pelo Governo de intervir na regulamentação desta lei; e porquê? Primeiro porque sugeriu que “a mulher que quer abortar deve ser informada sobre o desenvolvimento do embrião e deve ser-lhe mostrada a ecografia”, segundo “que o pai deve estar presente na consulta de aconselhamento” e, por último “que os profissionais de saúde que se recusam a fazer abortos possam dar consultas às mulheres”. Ora o Governo acha que estas sugestões são “uma forma de contornar a lei, dificultando a realização de interrupções de gravidez”*
Concluindo: Sendo que o Presidente da República fez uma última tentativa de ajudar as mulheres a decidir em consciência e assim apelar ao direito à Vida, (por palavras que não são minhas " E até deu para perceber o [seu] provável sentido de voto no referendo") o Governo achou melhor encarar o facto como um raio de loucura do PR e fazer ouvidos moucos, pois de outra forma, os abortos ver-se-iam em dificuldades. (?)


Nota 20 para Cavaco.

No comments para o seu governo.


* Semanário Sol, de 14 de Abril de 07

Etiquetas: ,

Simpatia Igual a (des) Respeito?

Diz-se que aquilo que damos, mais cedo ou mais tarde é-nos devolvido a dobrar; não somente por isso, tento ser simpática com todos e em todas as situações. A verdade é que sinto ser cada vez mais demorada a retribuição desta simpatia e já ouvi de algumas pessoas expressões do género: “tens de ser menos simpática senão as pessoas não te respeitam” – pergunto-me: não deveria ser o inverso? Tanto que não deveria que já dei por mim muitas vezes, em diálogo comigo mesma, dizendo: “sorri menos”, “sê menos agradável”, “menos doçura por favor”.
Sempre acreditei que um sorriso me iria abrir portas, me facilitaria caminhos mas cada vez me convenço mais que, depois de entrar pelas portas, as salas se tornam demasiado pequenas e os caminhos não têm saída. Lá diz a sabedoria popular que, se dás um dedo, a seguir pedem-te o braço.
Nestes últimos tempos, tenho-me esforçado por me dar menos, sem ter aquele medo mesquinho de “assim ninguém vai gostar de ti”; e penso, penso muitas vezes se não preferiria ser arrogante e respeitada, em vez daquela tipa simpática de quem se pode abusar.

...

Odeio gritos, em substituição de palavras; odeio que me expliquem coisas que não padecem de explicação; odeio que lancem assuntos para conversas que apenas sirvam para realçar protagonismos e que não levem a lado nenhum.
Odeio faltas de respeito. Odeio que não se saiba ouvir. Odeio que se mande calar alguém nosso semelhante e que ainda por cima se faça sem educação.
Foi a última vez que não consegui dizer isto in loco, por ser demasiado simpática.

Etiquetas: ,

terça-feira, abril 10, 2007

Sarah McLachlan - Angel

Como estou eu?

Queixo-me muitas vezes em silêncio dos problemas em que tropeço constantemente.
Sou exigente com o mundo, muito exigente comigo.
Esforço-me por não ser egoísta, faço por saber aproveitar os momentos felizes que a vida me dá; agarro as oportunidades boas como se fossem as últimas mas mesmo assim, dou por mim muitas vezes a suspirar por uma vida mais fácil e mais feliz ou a desejar sair deste mundo por me sentir grande demais para ele.
Tento calar estas vozes constantemente mas elas gritam num silêncio que incomoda.
...
Odeio choradeiras e euforias extremas; sei que é pela desgraça e pela suma alegria que se alcançam o coração e o pensamento das pessoas e isso irrita-me profundamente.
Acredito sim, que quando se trata de chamar ao mundo real os mais distraídos e os mais revoltados (para que estes possam constatar não só que há vidas com obstáculos maiores, mas também que há gente muito corajosa) se podem usar todas e quaisquer manobras. As que presenciei hoje são as mais elaboradas de sempre: dois sorrisos e dois olhares de esperança.

Uma promessa fica: vou continuar a esforçar-me por não me queixar tanto.
E
Hoje a quem queira saber como estou não responderei o típico “vai-se andando” ou “mais ou menos”.
Hoje estou bem.

Etiquetas:

segunda-feira, abril 09, 2007

Sobre o Teatro...(texto publicado)

Uma parte do texto do post anterior, publicado no semanário SOL do passado dia 31 de Março.
(clique na imagem para aumentar)

Etiquetas:

Sobre o Teatro...

“Acho que está vivo” – dizia Eunice Munõz há um ano atrás quando a questionaram na rádio. Da opinião desta senhora do teatro existe muita gente, da opinião contrária existe ainda mais.
Não pretendo debruçar-me sobre dados tão frios como são os números. Teatro é arte, e arte não deveria ser quantificável pelos bilhetes vendidos ou os lugares vazios; e para inventariar o número de espectadores que vai ao teatro, ou para determinar os motivos que levam as pessoas a preferir o sofá de sua casa ou as cadeiras do cinema, já existe gente especializada no assunto e em número suficiente.
Eu também acho que o Teatro está vivo, mais que não seja pelos elementos que o compõem: pelos textos escolhidos que quase sempre permitem estabelecer um contacto com a realidade actual, pelos actores e actrizes da velha guarda que continuam a subir aos palcos, mostrando que o talento da representação é intemporal ou pelos jovens que, impulsionados pelos mais diversos motivos, se iniciam nesta arte de representar e acabam por ficar presos a ela.
Há uns quantos que dizem que o teatro está vivo com toda a certeza e aproveitam para apontar o dedo às companhias, aos encenadores e produtores e dizer que a vida se mantém pois estes querem viver à base dos subsídios do estado. O que estas pessoas não sabem é que os subsídios culturais são quase tão inexistentes como todos os outros subsídios que o estado atribui ou deveria atribuir; e que quando, após criterioso concurso são entregues estas “ajudas” às companhias, encenadores ou produtores, estes ainda têm muito que trabalhar para conseguir os restantes três quartos que faltam para cobrir as despesas orçamentais. Se imaginar o que seria viver apenas do subsídio de refeição que consta no seu recibo de vencimento, certamente compreenderá onde eu quero chegar.

A verdade é única: o teatro nunca estará morto enquanto se inaugurarem novas casas de espectáculo, recordo o Maria Matos reaberto há um ano atrás ou o novo Teatro Municipal de Almada inaugurado em Julho de 2006; nunca poderemos dizer que o teatro está a morrer enquanto existirem profissionais da arte a endividar-se para poder trabalhar. Recordo a Guida Maria que dizia há pouco tempo: “Não posso continuar a trabalhar da minha conta bancária e levar nos cornos porque não tenho”. E o teatro nunca morrerá enquanto existirem casas esgotadas, seja qual for o género da peça, “meias-casas” numa peça experimental, ou sessões canceladas por ausência de público. Parece loucura mas a verdade é que é apenas a desistência dos elementos que o constituem que pode condenar o teatro à pena de morte; e os autores, os actores, os encenadores e produtores são portugueses e o português pode desistir de tudo, menos daquilo que ama. O espectador pode ameaçar que nunca mais voltará ao teatro e cumprir a ameaça. Aqueles que amam esta arte também podem gritar a plenos pulmões ser aquela a última representação ou a última produção mas jamais cumprirão esta promessa; e, enquanto houver gente a acreditar no teatro, haverá sempre um espectador a aplaudir na primeira fila, no meio da sala, no foyer, ou apenas no seu pensamento.

Etiquetas:

terça-feira, abril 03, 2007

Pérolas do governo OU Como perder a virgindade em três tempos!

"Perder o quê?

Perder a virgindade... onde está a minha virgindade, perdi-a algures... que distraído que sou, é melhor ir procurá-la, pode-me fazer falta. Ou, que desastrada já perdi outra vez a virgindade, não sei onde tenho a cabeça..."


Juro... leiam bem: JURO que isto não é mesmo da minha autoria e que foi mesmo retirado DAQUI

Já agora... uma explicação assim, tão bem humorada da OTA e do ALLgarve vinha mesmo a calhar...

Etiquetas: